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TRANSTORNO BORDERLINE DE PERSONALIDADE |
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O estudo, a pesquisa e tratamento das pessoas diagnosticadas como portadoras do transtorno borderline de personalidade ( TBP ) é um dos maiores desafios para os estudiosos de saúde mental. Os progressos foram muito grandes nos últimos 20 anos mas falta muito para atingirmos um conhecimento que torne possível melhores tratamentos para diminuir o sofrimento das pessoas acometidas, de seus familiares e da comunidade.
A personalidade é a síntese de nossos comportamentos, cognições e emoções que faz de cada um de nós uma pessoa única. Estes atributos tendem a ser estáveis e permanentes, permitindo que nossos familiares, amigos e conhecidos possam prever como nós reagiremos a uma dada situação e permite a eles nos descrever para outras pessoas. Um transtorno de personalidade ocorre quando uma pessoa não pode mostrar tal flexibilidade e adaptabilidade. A falta de adaptabilidade e o limitado repertório de respostas frente às situações comuns de vida, e principalmente daquelas mais estressantes, torna-se uma importante fonte de sofrimento para o indivíduo e para os que estão à sua volta.
O diagnóstico de transtorno de personalidade pode indicar que o paciente tem um elevado risco de suicídio, afeta o curso e prognóstico de doenças co-existentes, destaca importantes fatores etiológicos, informa ao clínico acerca da evolução e prognóstico do paciente, indica áreas de importante disfunção nos papéis sociais, familiares e ocupacionais e ajuda o clínico na administração global do tratamento.
O instrumento diagnóstico mais usado atualmente pelos médicos é DSM-IV ( Manual Estatístico e Diagnóstico editado pela Associação Psiquiátrica Norte -Americana ), que estabelece os seguintes critérios: 2 - um padrão de relações interpessoais instáveis e intensas caracterizadas pela alternância de extremos de idealização e desvalorização. 3 - perturbações de identidade: 4 - impulsividade em pelo menos duas áreas que são potencialmente lesivas à pessoa ( self ): compras, sexo, abuso de substâncias, direção perigosa e exageros alimentares. 5 - comportamento suicída recorrente, com tentativas e ameaças ou comportamento auto-mutilantes. 6 - instabilidade afetiva devida à acentuada reatividade de humor ( por exemplo disforia episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade usualmente durando poucas horas e só raramente mais que uns poucos dias). 7 - sentimentos de vazio crônicos. 8 - raiva inapropriada e intensa ou difícil de controlar ( por exemplo ataques frequentes de mal humor, raiva constante, agressões físicas repetitivas). 9 - ideação paranóide passageira, relacionada ao estresse ou sintomas dissociativos severos.
Não. O diagnóstico de TBP pelo médico continua sendo uma questão muito complexa, apesar das diretrizes que em muito ajudam, e deve ser feito por profissionais que tenham um sólido conhecimento dos transtornos de personalidade, um método sistemático de avaliação e muita experiência em lidar com pacientes com estes transtornos.
A situação mais usual do portador deste transtorno é a de uma pessoa com graves alterações em várias áreas do seu funcionamento: Como ficam extremamente fixidos nesta questão do exercício de controle, de poder e competência há um grande prejuizo para as relações inter-pessoais e a conquista de realizações pessoais e materiais. Em resumo, são pessoas que tem os seus familiares e pessoas próximas aterrorizadas por suas condutas agressivas, sua imprevisibilidade, suas rápidas mudanças, seus ataques de ira, suas ameaças de suicídio, de auto- Como é o início do TBP? O início das manifestações do TBP ocorre na adolescência ou início da vida adulta ( raramente antes ). É um início tumultuado, explosivo, com grandes manifestações de cóleras e condutas muito agressivas, comportamentos pertubadores e destrutivos, ameaças de agressões, de suicídio e auto-mutilação. Como este transtorno se inicia e pela intensidade de suas manifestações podemos dizer que a situação é muito desesperadora e que as perspectivas futuras são muito negativas? Os conhecimentos mais recentes mostram que mesmo com toda a conturbação e sofrimento que o portador do TBP causa a sí próprio e a seus familiares o curso do transtorno não é tão negativo como se pensava antes. Hoje sabemos que o risco maior de completar o suicídio no TBP é nos 5/7 anos do início da manifestação. Depois disto o risco cai muito. Sabemos também que 10% das pessoas com TBP completam o suicídio. O que se pode dizer do tratamento das pessoas com TBP? São tratamentos complicados e frequentemente invadidos pelas dificuldades de relações interpessoais do portador do TBP. Fazer o médico fracassar em suas tentativas de ajudar torna-se, com frequência, o item mais importante. As queixas e reclamações são frequentes e em seis meses a metade dos pacientes que iniciam um tratamento já terão abandonado. Estima-se que apenas 10% dos pacientes façam um tratamento até o final. 1 - Os efeitos da medicação são modestos. Não existem medicamentos para mudar o caráter de uma pessoa. Os pacientes passam de severamente prejudicados a moderadamente prejudicados. 2 - A medicação funciona melhor em um plano de tratamento que inclui suporte à família e estrutura social do paciente e psicoterapia. Esta combinação de esforços melhora a aderência e confiança no tratamento minimizando o comportamento auto-destrutivo. 3 - Não há estudos que possam dar garantia da segurança de medicamentos mantidos por prazos longos com caráter preventivo, e a medicação por tempo prolongado só deve ser mantida com persistência dos sintomas ou extrema vulnerabilidade. 4 - O TBP permanece como uma síndrome heterogênea e não há ´´ tratamento de escolha ``. Neurolépticos, anticonvulsivantes, estabilizadores de humor, antidepressivos e outros agentes farmacológicos podem ser usados segundo a especificidade de cada paciente.
Embora os resultados sejam realmente modestos eles valem a pena. Diminuem o sofrimento do portador do TBP, ajudam as famílias que estão na linha de frente de problemas muito difíceis e ajudam o paciente a transpor o período mais tumultuado de seu transtorno. Aqueles que ultrapassam o período de maior risco de suicídio, auto-mutilação e envolvimento com drogas tem mais chance de chegar ao período de estabilização. Os tratamentos servem também para criar conhecimentos e desenvolver a experiência dos profissionais envolvidos neste trabalho, com benefícios para os pacientes que virão.
Compreender a origem dos transtornos de personalidade é uma das áreas de maior desafio para pesquisadores e clínicos. Os modelos etiológicos devem ir além das relações lineares de causa-efeito para integrar um espectro de fatores bio-psico-sociais. Em relação às causas devemos ressaltar que: 1 - Os fatores genéticos desempenham um papel importante. O TBP é cinco vezes mais frequente em pessoas que tem um parente de 1º grau com o transtorno. 2 - O impacto do ambiente familiar no desenvolvimento da criança é muito grande e um fator causal importante. Cerca de 80% dos pacientes com TBP vêm o casamento de seus pais como sendo de natureza conflitual. 3 - Fatores sociais mais amplos tais como mudanças sociais rápidas que interferem na transmissão inter-gerações de valores tem um papel causal. 4 - Fatores psicológicos e constitucionais. A teoria mais conhecida e aceita é a de Kernberg que sugere que a patologia básica no TBP é o excesso de agressividade, consequência de um problema constitucional que faz com que a criança reaja em excesso às frustrações parentais habituais ou de uma quantidade excessiva de frustração precoce que traz uma agressividade excessiva como reação a estas frustrações. Isto leva a criança a ver-se como uma pessoa potencialmente perigosa e assassina e que vive em um mundo muito hostil e perigoso. De fato, ou ela se vê como ´´ toda má `` ou o seu mundo como ´´ todo mau ``. 5 - Estudos recentes mostram a importância de um cérebro intacto na formação e manutenção de uma personalidade normal.
Os membros da família são os trabalhadores ´´ da linha de frente `` que tem que conviver com a pessoa afetada pelo transtorno e também podem vir a ser muito comprometidos pelos comportamentos assustadores, confusos inconvenientes e que causam perplexidade. Outro fator poderoso que afeta o nível de aflição experimentada pela família que tem um de seus membros numa situação mental precária é o significado que uma sociedade atribui a este transtorno. Um melhor esclarecimento da
Esperamos que o crescimento do interesse dos profissionais de saúde mental por este apaixonante e difícil tema possa trazer novas pesquisas e conhecimentos que beneficiem os pacientes com TBP, seus familiares e a comunidade.
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Criação: Tania Parejo |